segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Setembro

Setembro de cores e festas
De amores-perfeitos
Cravos ciumentos
e rosas que se enamoram debaixo das sacadas.
Entre canteiros gentis
Vou colher vida no quintal.
Ouvir o que as rosas não falam
Espiar o burburinho das sementes.
Dizem que as folhas confiantes
Aproveitam a folia das flores
E condenam o verde à  esperança perpétua.
Foto: ana mattos

domingo, 1 de setembro de 2013

Versinho desencantado

Não faço versos com príncipes encantados.
Meus óculos cor de rosa eram de plástico e se embaçaram.

Em meu conto de fadas
A varinha de condão
Desperta sonos profundos
E a imagem de meu espelho

É generosa em credibilidade.

Assim como quem rouba
beijos de sapos
Acordo para a dádiva de ser autêntica.

Eu faço versos como quem vive.

Dilema

Para ser aceita faço coisas que não aceito.
E me perco de mim mesma.

foto: Ana Mattos

Procura

Foto: Ana Mattos



Procura

Caço a poesia do tempo
 das folhas que voam com o vento. 

Se me perco em desatinos
me acho soterrada na poeira dos escombros.

O verso é meu berço
que desperta minh'alma
da dor que adormece.

Coleciono pedrinhas 
e desenho canteiros
onde meninos e meninas
brincam esquecidos das horas.

Encontro meu silêncio na curva do rio,
grito saudades, 
reclamo a dureza das tardes sem quintais.

A emoção então se faz 
na catarse das horas vadias
dispersa no olhar perdido 
daquilo que não se vê.