segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Inquietações atemporais

Te amo ao meio dia
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Te amo antes do alvorecer
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Te amo enquanto o poente se anuncia pleno de beleza.
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Te amo até o crepúsculo dormente.
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Te amo madrugada a dentro
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Te amo fora de hora.
E até quando passas do limite.
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Te amo na gênese do espaço
Que anuncia o verbo
E seu  verso mais iluminado.
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Te amo no apocalipse do tempo
Que consome a chama
E devora as coisas infinitas
Do instante guardado a sete chaves.

Carta roubada

As palavras.
Ah, essas são por vezes muito inconvenientes.
Mas, se não as dizemos, como sabê-las?
Afinal, para que serve o beijo que não é dado?
E para quem serve a carta que não fora enviada?
A palavra não proferida ecoa como um grito abafado. Não é grito.
É verbo preso na garganta.
Sufoco.
Faz-se gemido.
Silêncio que deforma feito ferrugem  desgastando a dureza de um corpo exposto.
No entanto, permanece.
Como diria um desses,  sobre significantes, sujeitos e desejos:
"Toda carta sempre chega ao seu destino".